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Bitita é doutora

UFRJ concede título de Doutora Honoris Causa à escritora Carolina Maria de Jesus

Por Sidney Coutinho

A catadora de papel negra que vivia na favela agora é doutora Honoris Causa. Embora seja uma homenagem póstuma, a UFRJ reconheceu, com a concessão do título pelo Conselho Universitário (Consuni) nesta quinta-feira, 25/2, a luta e coragem de uma mulher estoica: Carolina Maria de Jesus. A aprovação da outorga da distinção foi unânime e por aclamação e foi transmitida pela webTV UFRJ.

A jornada da escritora improvável começou após os 30 anos, quando se mudou de Minas Gerais para São Paulo após a morte da mãe. Filha de João Cândido e Dona Cota, ambos analfabetos, Carolina nasceu em 14 de março de 1914, em Sacramento, cidade próxima de Araxá e da região do Triângulo Mineiro. Aos 7 anos ingressou no Colégio Allan Kardec, de orientação espírita, onde ficou até o 2º ano do ensino fundamental. Lá, ela abandonou o apelido de criança, Bitita, e aprendeu em pouco tempo a escrever e ler. Com o tempo, tomou gosto por ambos. 

Em 1937, aos 33 anos e grávida, passou a viver na favela do Canindé, zona norte da capital paulista, e a se sustentar como catadora de papel. Aproveitava os cadernos usados que recolhia para registrar o cotidiano em que vivia. Assim, deixou uma obra literária que a colocou como peça fundamental na luta antirracista, conforme atenta o parecer que fundamentou a concessão do título, demonstrando que nos últimos seis anos foi tema de 58 teses e dissertações, segundo o portal de publicações acadêmicas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).


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