País registrou mais de cinco mil focos de incêndio na última quarta-feira, a maioria concentrado na Região Amazônica e no Cerrado
Segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil registrou 154 mil focos de incêndio neste ano até o início de setembro. Apesar da Amazônia ser o bioma mais atingido, o município com o maior número de queimadas é Corumbá, em Mato Grosso do Sul, área de Pantanal. Por conta dos incêndios ao redor do território brasileiro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destaca que o país pode perder o Pantanal até o final do século, se as tendências não forem revertidas.
Nessa mesma linha, o professor do Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Flávio Rodrigues, acredita que a situação do bioma pode alcançar uma condição de não retorno. “O Pantanal tem sofrido com muitas queimadas e incêndios que acontecem em proporções descomunais e nunca registradas. Por conta disso, existem várias perdas de dinâmicas ecossistêmicas, biodiversidade, capacidade bioprodutiva do solo e capacidade de evaporação de rios e áreas encharcadas. Então, há uma desregulação das condições da biosfera na região, de modo que o bioma é profundamente afetado a ponto de alcançar uma condição de não retorno – quando o impacto é tão profundo que os processos ecológicos perdem a capacidade de realizar as funções ecossistêmicas no tempo e no espaço, provocando o esgotamento do bioma”.
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