O afastamento social que a população vem vivenciando em função da pandemia de COVID-19, além de modificar profundamente as rotinas familiares, tornou bem mais intensa a convivência diária entre seus membros. Para muitas pessoas, essa tem sido uma oportunidade de estreitar laços afetivos; porém, para as mulheres que vivem relações abusivas, a ocasião está sendo marcada pelo agravamento da violência doméstica, já que estão enfrentando um longo período de isolamento com os agressores dentro de suas próprias casas. Segundo dados da Cartilha de Violência Doméstica e Familiar na COVID-19 publicada pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), no Brasil, estima-se que as denúncias registradas tenham aumentado em até 50% desde que a quarentena começou, em março.
Essa forma de violação dos direitos humanos, que atinge a vida, a saúde e a integridade física e psicológica das mulheres, entretanto, não tem origem na conjuntura atual. É uma questão estruturante de desigualdade de gênero que há muito tempo demanda esforços em busca de soluções efetivas. Com foco nessa dura realidade, o projeto “Porque também temos que falar de violência?”, coordenado pela professora Paula Curi do Instituto de Psicologia, leva o debate sobre o tema para além do universo acadêmico. “O título foi pensado para sugerir um questionamento que, retoricamente, comporta a resposta: temos que falar de violência”, aponta a professora.
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