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Cor padrão: Estudo da UFF analisa o racismo presente na atividade policial

Crédito da fotografia: Estefan Radovicz / Agência O Dia

Trabalho foi desenvolvido por policial militar durante pós-graduação em Sociologia

Ser negro no Brasil é motivo para ser enquadrado como suspeito. Isso porque, de acordo com diversas pesquisas, a abordagem policial está ligada ao racismo presente na sociedade. Um desses levantamentos, coordenado pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESEC) e intitulado “Negro trauma: racismo e abordagem policial na cidade do Rio de Janeiro”, aponta que 68% das pessoas abordadas andando a pé e 71% no transporte público são negras, ainda que pretos e pardos somem 48% da população do estado. Os dados revelam que os suspeitos escolhidos pela polícia possuem uma cor padrão, gerando um ciclo vicioso no sistema de justiça.

Visando entender como ocorre o racismo na seleção do suspeito em atividade policial, o estudante de mestrado Leonardo Fernandes Hirakawa e a orientadora, professora Verônica Toste, do Departamento de Sociologia, desenvolveram o estudo “Desvendando a cor padrão: O viés racial na seleção do suspeito na Operação Segurança Presente”, que recebe apoio da FAPERJ e foi apresentado no Portal das Ciências Sociais Brasileiras em 2022. A presença do termo “cor padrão” no título não é à toa, visto que Leonardo, além de aluno, também é Major da Polícia Militar, vivência determinante na escolha do tema da dissertação. “Essa é uma terminologia que já foi usada, em termos informais, na comunicação entre policiais. Não importava se o policial era negro ou branco, sempre perguntavam qual era a cor, a característica do suspeito, e então se respondia ‘a cor padrão’. Com isso, já se sabia que era negro. No estudo, buscamos identificar essas relações que estão fora do regulamento, fora da concepção técnica utilizada amplamente”, afirma. Um dos destaque da pesquisa é justamente ser desenvolvida por um integrante da organização, que consegue adentrar na realidade policial para entender de que forma e por que dados como o do CESEC são parte do cotidiano de jovens negros e periféricos.


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