Em entrevista coletiva, reitor afirma que recente Lei de Cotas é um retrocesso em relação à política de inclusão da UFF
O reitor Roberto Salles explicou aos jornalistas que a UFF já havia
aprovado a reserva de uma cota de 25% de suas vagas para estudantes
vindos de escolas públicas estaduais e municipais, com renda familiar de
até 1,5 salário mínimo, o que não mais ocorrerá devido à recente Lei de
Cotas. Isso significaria quase 2,4 mil vagas, de um total de 9.640
disponíveis no próximo vestibular UFF (2013).
O retrocesso, explicou o reitor, se dá tanto pelo fato de a lei destinar 12,5% para o sistema de cotas, como por “ela considerar como escolas públicas também os colégios federais, militares e de aplicação, cujos alunos, todos sabem, são tão bem preparados quanto os das melhores escolas particulares”. A lei, portanto, colocou uma dificuldade maior para os estudantes oriundos da rede pública, no sentido considerado pela UFF, disse ele, como os mais necessitados de inclusão, que são os das escolas municipais e estaduais.
UFF vai além da cota prevista na lei
No entanto, o entendimento da Comissão Interna e da Procuradoria Federal junto à UFF, é de que a lei terá de ser aplicada. Neste ano, portanto, o vestibular da UFF destinará o percentual de 12,5% de suas vagas ao sistema de cotas previsto na lei, mas vai acrescentar mais 10% de suas vagas exclusivamente aos estudantes de escolas públicas municipais e estaduais, excluindo os colégios de aplicação militares e as escolas técnicas.
Além disso, ressalta o reitor, a aplicação da lei é extremamente complexa, por exemplo, quanto às condições específicas de comprovação de renda, “que exigirão uma logística sofisticada, pessoal qualificado e custos, isso sem falar da estratificação racial”.
O próximo vestibular será realizado 100% pelo Sistema Único de Seleção (Sisu), mas, para o vestibular de 2014, a universidade está analisando a possibilidade de realizar uma segunda fase em sua seleção, para garantir o padrão UFF, explicou Roberto Salles. O reitor concluiu, dizendo que a questão não é de ser contra a lei, mas contra as injustiças que poderão ser provocadas.
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